sábado, junho 16, 2007

Na ponta da ilha...

A minha pianista preferida!


segunda-feira, junho 04, 2007

Os três Tomás's da minha vida...







Todos os Tomás's da minha vida deixaram-me cedo demais...


Um nem conheci, outro vi e outro conheci.


Todos do mesmo sangue e importantes para mim.


Tenho uma fotografia com dois deles e única do genéro, com o que conheci e com o outro que não conheci...


O terceiro Tómas na minha vida foi aquele que vi, (e que não tive oportunidade de conhecer) que tinha o mesmo nome em honra dos outros dois, ou seja o meu filho.


Do meu avó ouvi muita história, do meu primo tive muitas histórias, do meu filho adorava ter tido um pouco de história, mas por vezes a vida é assim... Porquê? Gostava muito de saber, mas é dificil ter resposta, por isso tento tranquilizar-me a pensar que geralmente quando perdemos alguém que amamos é que paramos para reflectir nos nossos actos, perante nós e os outros.


Amei os três de formas diferentes, um pelas suas histórias contadas, outro pelas as histórias vividas e o terceiro pelas histórias imaginadas aquando da sua chegada. Vamos às histórias vividas, isto porque ele era muito especial para mim, além do meu amigo era o meu espécie de irmão que nunca tive. A primeira história tem haver com as nossas datas de nascimento, esperavam-me na data dele e ele na minha, aconteceu ao contrário, fazíamos mais ou menos uma semana de diferença um do outro.


Recordo-me da minha mãe contar-me uma corrida perigosa de aranhas que fizemos em que ele teve quase a ficar debaixo de um candeeiro, por minha causa... ainda bem que isso não aconteceu, por essa razão e outras nunca usei aranhas com os meus filhos.


Os verões que passei no Pico da Urze a brincar aos reis e às princesas, médicos e médicas... e outras brincadeiras próprias da idade, à volta dos torreões tão característicos das quintas terceirenses. Mais tarde, fomos companheiros do Espaço 1999, série televisiva reproduzida com imensa paixão, como um jogo, viajavamos juntos de nave e lutavamos contra os extraterrestres inimigos...


As paixões vividas e partilhadas um com o outro e que defendíamos dos comentários ciumentos dos nossos amigos comuns, kms pecorridos juntos para estarmos com quem gostavamos. Sempre protector e por vezes chegava ao ridículo quando tentava defender-me de namorados menos apreciados por ele.. Lembro-me de uma história que ainda hoje me faz rir, ele era assim, fazia rir com os seus comentários e por isso não havia forma de ficar aborrecida com ele, mesmo se havia disacordo. Estava eu dançando no famoso "Satiricon" com um amigo de Lisboa e lá vinha ele mandar-me uma boca do género:"-Com tantos gajos jeitosos por aqui, lá tás tu com um do continente e ainda por cima de camisola vermelha, deve ser comunista de certeza..."


Como é que se podia ficar mal humorado com um comentário destes, ainda hoje, eu e esse amigo do continente rimos desta situação.. ele era muito meu amigo e dos outros, era incapaz de ter alguma maldade nos seus actos, nunca se intrometia na vida de ninguem, vivia a sua vida e convidava-nos para fazer parte dela e se recusavamos ou por alguma razão não havia oportunidade, ele nunca fechava a porta.


A porta é que fechou para que ele pudesse continuar a dar-nos o seu amor ímpar, que falta que me fazes... ainda fico à espera de uma mensagem no meu telemóvel do genéro: "Então nunca atendes??? esse telemóvel caiu ao mar e algum golfinho o levou porque lhe fazia falta??? Nunca respondes quando eu ligo!!!


Que estúpida que fui... podia ter atendido muito mais, mas nem sempre eu estava ao pé como queria... ainda pensei ligar a semana antes dele partir, mas pensei para mim... ah, eu ligo mais tarde ele deve estar ocupado, vai ser amanhã.. ou era no dia depois...


Deixei de o fazer. Posso dizer que ele ensinou-me que quando se quer falar a um amigo nunca se deve deixar isso para mais tarde, porque esse mais tarde pode ser tarde demais...


Que saudades ele me deixa e que estranha me sinto quando penso nele. Não consigo evitar as lagrímas, o meu remédio é recordar o seu sorriso, que era tão bonito, e isso deixa-me sempre mais serena.